Indicação de Amorim foi uma afronta?
Indicação de Amorim foi uma afronta?
Celso Amorim, já foi demitido da direção geral da Embrafilme por ter financiado um filme contrário aos militares.
Cúpula das Forças Armadas considerou indicação de Amorim "provocação e afronta"
O novo ministro da Defesa, Celso Amorim, já foi demitido da direção geral da Embrafilme por ter financiado um filme contrário aos militares. Em 1982, Amorim teve que deixar a produtora de cinema estatal - para a qual tinha sido nomeado em 1979 pelo então presidente general João Baptista Figueiredo - por causa da produção Pra Frente, Brasil, de Roberto Farias, que retratava a tortura no regime militar.
Na época, a cúpula das Forças Armadas considerou Pra Frente, Brasil uma provocação e uma afronta.
Criada pelos militares em 1969, a Embrafilme era responsável por fomentar a produção e a distribuição de filmes nacionais. A empresa foi extinta em 1990 durante o governo Collor e suas atribuições foram repassadas à Ancine (Agência Nacional de Cinema).
O episódio de atrito entre Amorim e as Forças Armadas por causa da Embrafilme foi apenas o primeiro de uma série de divergências que viriam à tona nos anos seguintes.
Almirantes, generais e brigadeiros dizem que a escolha de Amorim para chefiar a Defesa foi "a pior surpresa" dos últimos tempos, só comparável à escolha de José Viegas Filho, também diplomata, no início do governo Luiz Inácio Lula da Silva, para o mesmo cargo.
De acordo com oficiais-generais que não podem se identificar, quando era ministro das Relações Exteriores, Amorim adotou posições que contrariaram os "princípios e valores" dos militares.
Um militar comentou que "é quase como nomear o flamenguista Márcio Braga para o cargo de presidente do Fluminense ou do Vasco, ou vascaíno Roberto Dinamite como presidente do Flamengo", recorrendo a uma analogia futebolística e resumindo o sentimento de "desgosto" da categoria.
Apesar de toda contrariedade, os militares, disciplinados, não tomarão nenhuma atitude contra Amorim. Não há o que fazer, além de bater continência para o ocupante da cadeira do Ministério da Defesa.
Agência Brasil |
Na época, a cúpula das Forças Armadas considerou Pra Frente, Brasil uma provocação e uma afronta.
Criada pelos militares em 1969, a Embrafilme era responsável por fomentar a produção e a distribuição de filmes nacionais. A empresa foi extinta em 1990 durante o governo Collor e suas atribuições foram repassadas à Ancine (Agência Nacional de Cinema).
O episódio de atrito entre Amorim e as Forças Armadas por causa da Embrafilme foi apenas o primeiro de uma série de divergências que viriam à tona nos anos seguintes.
Almirantes, generais e brigadeiros dizem que a escolha de Amorim para chefiar a Defesa foi "a pior surpresa" dos últimos tempos, só comparável à escolha de José Viegas Filho, também diplomata, no início do governo Luiz Inácio Lula da Silva, para o mesmo cargo.
De acordo com oficiais-generais que não podem se identificar, quando era ministro das Relações Exteriores, Amorim adotou posições que contrariaram os "princípios e valores" dos militares.
Um militar comentou que "é quase como nomear o flamenguista Márcio Braga para o cargo de presidente do Fluminense ou do Vasco, ou vascaíno Roberto Dinamite como presidente do Flamengo", recorrendo a uma analogia futebolística e resumindo o sentimento de "desgosto" da categoria.
Apesar de toda contrariedade, os militares, disciplinados, não tomarão nenhuma atitude contra Amorim. Não há o que fazer, além de bater continência para o ocupante da cadeira do Ministério da Defesa.